sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Amigos da Montanha

24.11.2013
61km - Com 2000 metros de desnível positivo

Eram 5h da manhã toca o despertador, era hora de levantar e preparar a Ultra dos Amigos da Montanha, depois de um pequeno almoço de aletria e croissant foi seguir direcção a Barcelos com paragem no Norte Shopping para apanhar a minha companheira de equipa Ester Alves.
Chegamos a Barcelos cerca das 6.15h ainda noite escura, e fomos ter com o restante pessoal da D+ que ia fazer a prova, estava muito frio, um bocadinho de conversa, tiramos a foto equipa da praxe e estava a ser dada a partida, começava o dia a dar os primeiro passos.
D+
Os primeiros km foram percorridos a bom ritmo, sabia que a prova seria muito "rolante", fez-me lembrar a Geira Romana, provas que não me adapto muito bem, prefiro o sobe e desce constante e de longa duração, o tipo de treino que estava a fazer não tinha como objectivo qualquer prova nesta altura do ano, esta não fugia á regra, teria de gerir bem senão iria pagar na parte final, mesmo assim decidi talvez pelo frio impor um ritmo mais forte do que estava previsto, penso que depois de sairmos de Barcelos a temperatura estaria a baixo dos 0º, e a verdade é que juntando  as bastantes partes rolantes com as subidas e descidas vim a pagar esses excessos depois dos 20km, câimbras e mais câimbras, já era a 3 ultra em 3 meses, e já não recupero destes esforços como quando era "vintão", a partir dessa altura foi mesmo descer o ritmo e tentar chegar ao fim o menos mal possível, deu ainda para admirar as fantásticas paisagens, as cores do Outono, o Rio Cavado, e até na parte mais alta do percurso o mar se viu, paisagens que vão ficar na memória, além disso tive pela 1º vez a experiência de atravessar um rio em slide  e em canoa, sem dúvida uma excelente ideia e forma de quebrar aquela rotina das muitas horas de corrida.
Os postos de abastecimento também estavam bem localizados, aos 15km com umas bolhas de Berlim que souberem muito bem, se houvesse café era um pequeno-almoço perfeito, o dos 30km além de terem controlado o material obrigatório, a 1ª vez que me aconteceu em provas em Portugal, dou os parabéns á organização, tinha uma canja que caiu que nem ginja, foram duas as que comi com presunto, chouriço e fruta, saí ligeiramente melhor. Nessa zona talvez a zona mais técnica da prova junto do rio, era muito bonita, moinhos, pontes, quedas de água, zona muito verde e húmida tal como escorregadia.
Até á travessia de canoa rolei relativamente bem, sem grandes dificuldades, a travessia também foi engraçada, na canoa de 2 lugares fui com um espanhol que só remava do lado direito, o que me obrigou a remar só do lado esquerdo, mas lá chegamos á outra margem, e aí começou nova dificuldade faltavam cerca de 7/8km sempre planos em campos agrícolas e com o Cávado do lado direito, só que já não estava em condições de apreciar paisagens, só quando vi a ponte de Barcelos ganhei novo fôlego e dai á meta passamos no centro da cidade zona peatonal, aí muita gente na rua mas não para ver a prova mas para passear, afinal era domingo, só mesmo na recta da meta o ambiente era "desportivo" e o apoio grande, foi um final engraçado e até deu para responder a 2 perguntas do spiker da prova, na zona de chegada já estavam alguns amigos da D+ e também a minha irmã que se tinha estreado no Trail na prova dos 15km.
Sabe sempre bem chegarmos ao fim de uma ultra e sermos recebidos pelos nossos, além das fotos de recordação com que ficamos!
Depois de um banho (quente) foi conversar um bocadinho com os amigos presentes e regressar a casa, estava feito o ano de 2013, ano de estreia nas Ultras.
Parabéns para a organização, tudo 5 estrelas, abastecimentos, marcações, no slide e canoa foi chegar e andar, final no centro de Barcelos com público, muito bom.

Brevemente faço um balanço deste ano de estreia no ultra trail e objectivos para 2014.

Meta




UTAX

19.10.2013
88km - com 5000 metros de desnível positivo

Um mês depois de ter feito Cavalls del Vent voltei a competir desta vez no UTAX, prova que decorre na bonita Serra da Lousã e que tinha como local de partida/chegada a Vila de Castanheira de Pêra.

Novamente partimos em família para mais um fim‑de‑semana de trail e passeio, arranjamos alojamento na Praia das Rocas, local agradável e bem localizado, quando saímos de Gaia o tempo era de chuva, mas conforme nos aproximávamos de Castanheira a coisa ia piorando, fomos recebidos por um autêntico dilúvio, imaginava aquelas condições no dia seguinte e a prova seria complicadíssima, depois de nos instalarmos na Praia das Rocas fomos levantar o dorsal, a chuva era muita, só para atravessar a rua ficávamos todos molhados, depois de recolhido o dorsal fomos obrigatoriamente para o Bungalow, chovia muito e não dava para passeios.
Praia das Rocas

Por volta das 19.30h saímos para jantar, tínhamos combinado com o Bruno Querido, companheiro de equipa da Desnível Positivo e proprietário do restaurante ir lá jantar, quando chegamos já lá estava a comitiva D+ e mais pessoal que no dia seguinte ia fazer a prova, jantamos em família e regressamos ao Bungalow para descansar e preparar o material para o dia seguinte, a chuva continuava a cair com muita intensidade, agora acompanhada de trovoada!

Mais tarde recebi uma mensagem do Diogo Almeida, companheiro de equipa a comunicar que a organização por questões de segurança tinha encurtado a prova de 88 para 73km, para mim foi uma boa notícia, a razão principal porque ia fazer a prova era pelo facto de ela dar 3 pontos para o UTMB, porque não estava no plano fazer nova ultra 1 mês depois do principal objectivo do ano ao qual ainda estava a recuperar, por isso 1º objectivo era terminar, obviamente para mim em qualquer ultra será sempre esse o principal objectivo, mas também terá de ser sempre no menor tempo possível, esta não fugia á regra!!!

5h da manhã estava com o pequeno almoço tomado para de seguida equipar e deslocar-me para a zona de partida, a chuva tinha parado, era bom sinal, lá chegado encontrei o "mister" que até já me tinha telefonado a ver se tinha adormecido, ouvi as indicações do Paulo Pires, vimos a parte do percurso que tinha sido cortada e entretanto já tinha chegado os meus colegas de equipa, conversa com o pessoal e seguimos para a zona de partida e controle 0, tiramos umas fotos de grupo e ainda é de noite escura que a partida é dada, de frontal ligado lá seguimos pela Vila de Castanheira de Pêra.
D+

Partida
Entramos nos trilhos e o início foi sempre a subir, a meio da subida comecei a ver os primeiros atalhos e pessoal a não seguir a zona marcada, mais á frente percebi que havia pessoal que conhecia bem a área, alguns já tinha ultrapassado muito tempo antes e apareciam novamente na minha frente, também as marcações em algumas zonas não era a melhor, obviamente que a noite anterior de tempestade não ajudou, mas acho que uma grande parte dos atletas se enganou em alguma zona do percurso, eu não fugi á regra e fiz uns km a mais, nada de grave mas nunca é muito agradável numa ultra fazer km desnecessários, depois do nascer do dia comecei a apreciar a beleza da zona e daquelas montanhas, o início foi bastante mais rápido do que tinha planeado, e por esse motivo tinha combinado com a Cláudia ela estar na aldeia de Gondramaz mas cheguei mais cedo do que o previsto e avisei-a que podia seguir directo para a Lousã que era o 2º posto que tínhamos planeado estar juntos. Nessa parte do percurso passamos em algumas Aldeias do Xisto, zonas muito bonitas e que espero voltar brevemente sem "tanta pressa".
Chegado á Lousa depois de percorrer uma parte mais técnica junto ao rio onde também passa o Trilho dos Abutres encontro então a família, como esta prova não estava planeada e a motivação não era a ideal e aos 40km o cansaço já se fazia notar, mas ver a família ajuda sempre, depois de uma "boa refeição" café e um bocadinho de conversa com a Cláudia e o David e uma muda de roupa lá segui caminho com a previsão de chegar a Castanheira ainda de dia, esta segunda parte foi menos interessante que a 1º, apesar de continuar a passar em zonas muitos bonitas, junto a canais de água, mais aldeias de xisto (não me recordo dos nomes) mas nesta fase já só queria chegar rapidamente ao final, e os últimos km não foram nada agradáveis, muito de estradões e na parte final alcatrão, mas lá avistei a Praia das Rocas, passei praticamente á "porta de casa" pois atravessamos o complexo, isto mesmo antes de chegar á "reta" da meta, onde estava a Cláudia e o David novamente, sorrisos e abraços e acabei a prova a correr de mão dada ao David que obviamente ficou todo contente, estava feita mais uma ultra desta vez em 11.11h com direito a mais 3 pontos para Chamonix!!!
Meta


Uma prova que tirando o problema das falhas nas marcações em algumas zonas foi muito bem organizada, pessoal muito simpático e prestável, bons abastecimentos e no fim ainda tivemos todos a oportunidade de jantar sem qualquer custo.




O dia seguinte foi para passear, depois de uma boa noite de sono, acordei ligeiramente "empenado", nada de especial, pensava que iria estar bem pior, fizemos as malas tomamos um bom pequeno- almoço e seguimos para Miranda do Corvo onde iríamos visitar o "Zoo", local muito agradável que tinha passado em Janeiro no Trilho dos Abutres, e final do passeio podemos apreciar uma bela Chanfana no Museu da respectiva, mais uma volta pelo enorme parque para ajudar a digestão e iniciamos o regresso a casa.

Agora para terminar o ano ainda falta a prova dos Amigos da Montanha.


Ultra Cavalls del Vent

21 de Setembro de 2013
Cavalls del Vent
100km - Com 13000 metros de desnível acumulado e 6800 metros de desnível positivo



Cavalls del Vent 2013

O principal objectivo de 2013 estava à porta, estávamos a 3 dias da prova e começamos os preparativos, a lista de material obrigatório era enorme, e só 24h antes seria confirmado o que levar durante a prova, pois dependia das condições meteorológicas mas havia que levar tudo para lá.
Na quinta-feira, bem cedo começou a aventura, em família e de carro arrancamos com destino a Lleida onde iríamos dormir para chegar a Berga no dia seguinte de manhã. A viagem correu bem e com bom tempo, fizemos várias paragens para "esticar" as pernas e alimentar bem, e pelas 20h chegamos ao destino, fizemos o chek-in no hotel já reservado e descansar. No dia seguinte de manhã em Lleida fiz o último treino antes da prova, corrida ligeira que serviu para habituar ao fresco da manhã, às 7h estavam 7graus, terminado esse treino e depois de um bom banho e de um robusto "desayuno" seguimos com destino a Berga, localidade que seria o quartel-general nos próximos 3 dias. Chegamos a meio da manhã ao Berga Resort (www.bergaresort.com). Entrados na recepção, e depois de me perguntarem se vinha para fazer Cavalls del Vent, fomos saudados por uma senhora que se encontrava de costas e que ouvira a conversa, virou -se, e desejou-nos boas vindas ao Berga Resort e sorte para a prova que a prova seria muito difícil. Essa senhora, só era a Núria Picas, li depois que ela é patrocinada pelo Berga Resort, que é também o local onde ela faz o Trail Camp.
Berga Resort
 Depois de instalados num bungalow, o objectivo seguinte seria reconhecer os 2 postos de assistência (PAC) onde a Cláudia estaria, primeiro em Bellever ao Km 39 e depois no Refúgio Estasen aos 70km.  O 1º foi fácil de chegar, não teria grandes dificuldades durante a prova pois era dentro de uma localidade e estava bem sinalizado, seguimos então para o refúgio Estasen, esse de maior dificuldade pois além de já estar a 1668m obrigava e uma caminhada de cerca de 30 minutos montanha acima.
No local onde estacionamos o carro, tinha um Mirador isolado onde parecíamos estar só nós, quando aconteceu a segunda surpresa. Vimos ao longe 2 pessoas a correr, acabavam de terminar o treino, quando se aproximaram, era o Miguel Heras e o Terry Conway, nova pequena conversa com o Heras onde veio a história com o Sá e o UTMB e desejos mútuos de boa prova. Tinha em poucas horas falado com os 2 prováveis vencedores da prova e duas pessoas muito acessíveis, seguimos pela montanha para conhecer o refúgio, na parte final a chegada era dura pois subia bastante e tive de a fazer com o David às cavalitas, no dia seguinte teria de ser a Cláudia a levá-lo.


Estasen

Estavam vistos os postos de assistência, próxima paragem no supermercado para fazermos umas compras para os dias que íamos estar lá. Depois de um ligeiro descanso e almoço, fomos a Bagá levantar o dorsal. Bagá estava a 15km, e foi uma viagem rápida. Lá chegados, demos uma volta pela cidade, se é que é cidade, e fomos ao pavilhão levantar o Dorsal, tudo muito rápido e calmo. 1º foi o saco com o dorsal, a t-shirt e restantes lembranças, depois testar o chip, e de seguida foi-me informado qual o material obrigatório a levar na partida (que seria o normal), e depois das 17h (tínhamos que acrescentar camisola térmica, calças e buff).  Estava feito! Tiramos umas fotos no local da partida e chegada, e no pavilhão e regressamos para o derradeiro descanso. Depois de jantar foi preparar o equipamento e a mochila, conferir o material e a alimentação que a Cláudia levaria aos 2 postos, e dormir!!!!!
Bagá
Recolha de dorsal












Dia da prova

Finalmente chegou o dia esperado, eram 5h e começava a preparar o pequeno-almoço, aletria e croissant e também sumo de laranja, depois foi equipar e seguir de carro para Bagá. Chegamos por volta das 6.15h, a prova começava às 7h. Ainda era noite cerrada e estava muito frio, o carro marcava 5º. Despedi-me da Cláudia que iria voltar a Berga, porque o David ainda dormia, e fui para a zona de partida. Começou o nervoso miudinho! Ligeiro aquecimento e fui às 6.40h para o "parque fechado". Consegui ficar na parte da frente e só tinha na dianteira os favoritos. O local estava dividido em 3 partes, no1º sector os principais favoritos (dorsais vermelhos), no 2º sector os que tinham feito menos que 15h nas edições anteriores, e depois no grande maralhal o pessoal de dorsal verde (eu e todos aqueles que fariam a prova pela 1º vez, ou com tempo superior a 15h nas edições anteriores). Não encontrei ninguém conhecido, mas vi na frente no 1º sector o Nuno Silva e a Natércia Silvestre. Depois de algumas entrevistas aos favoritos, começou a famosa música da prova: "The Gael" - o tema de o último dos moicanos, que antecede a contagem para a partida. Arrepiante o momento!
Partida, Bagá

Dada a partida, os primeiros metros dentro de Bagá foram de loucos, grande velocidade de todos a passar por todos, empurrões etc, era preciso entrar na 1º subida bem colocado para não haver afunilamentos e consequentes paragens. Entrei bem colocado, nunca precisei de parar nem de ir a "festo" para ultrapassar, sabia que o início seria duro, seriam praticamente 12km sempre a subir até aos 2500m de altitude, sentia-me bem e ia a um bom ritmo, mas sabia que não podia exagerar senão iria pagar mais tarde. Ao chegar ao refúgio (Ninho da Águia) Niu de L' Àliga (2500m) encontrei a Natércia Silvestre e acabamos a subida juntos, estava muito frio e o vento era forte o que piorava a sensação de frio apesar de estar um lindo dia de sol, a paisagem era fenomenal. O ambiente montanha acima era excelente, o público apoiava de uma maneira que nunca tinha visto, corriam ao nosso lado alguns metros, chamavam pelo nosso nome que estava no dorsal e isto tudo com um frio de rachar. No PAC tinha as mãos tão frias que não conseguia pegar em nada, tive de as aquecer um bocadinho na "panela do caldo" para conseguir comer e beber. Comecei a descida com a Natércia, não a conhecia pessoalmente mas foi muito agradável a conversa e ajudou a passar uns largos km sem me aperceber, quando deixamos a descida mais técnica e lenta e entramos numa zona de estradão perdi a Natércia de vista, ia a um ritmo muito rápido para mim, tinha de gerir, e que bem que fiz em não ir naquele ritmo, pois entre o km 30 e Km 40 foi a altura da prova que passei pior, talvez por alimentação mal feita e má hidratação quando andava em altitudes mais baixas e também pelo calor que começava a fazer-se sentir. Cheguei ao PAC de Bellever com grande desgaste, estávamos ao km 40 e ia com 5.45h de prova.
Hora de almoço

Bellever era o principal posto, onde a organização transportava o material dos atletas que não tinham assistência. À entrada no pavilhão, eu e mais atletas fomos “fiscalizados” para a 1º revista, telemóvel e manta térmica foi o pedido, tudo ok. Próximo objectivo encontrar a Cláudia e o David, como sabe bem encontrar os nossos nessa fase menos boa. Depois foi sentar e comer, a escolha era grande dividi-me entre massa com atum (com o David a ajudar), pão com tomate, e muita fruta e líquidos.


Bellever

Troquei de t-shirt e meias, recuperei forças, despedi-me até Estasen, parti olhei para o dorsal que tinha o perfil de cabeça para baixo o que permite ver em prova e preparei-me para nova subida dura, desta vez seria do km 39 ao 53. De início em estradão, e depois em trilho e pedra, sempre a levar com o sol em cima e o calor nessa altura era forte. Todos os pontos de água eram aproveitados para molhar e refrescar, no alto novamente a 2500m foi recuperar forças e descer praticamente até ao PAC de Estasen onde estava novamente a Cláudia e o David. Tinha como objectivo chegar antes de anoitecer, para a Cláudia não ter que, depois de me apoiar descer a montanha até ao carro com o David às costas noite escura, o que seria complicado. Desci, acho que, rápido demais, mais tarde sentiria esse exagero, mas consegui! Cheguei pelas 18.30h, mais uma vez grande ambiente na chegada, apoio fantástico em muitas zonas do percurso, e muitas delas de difícil acesso, foi sem dúvida uma surpresa. Reconheço que os espanhóis têm uma cultura de montanha muito à frente da nossa. Chegado ao PAC vejo novamente a Cláudia e o David, que alegria! Estava a sentir-me bem e melhor fiquei, nova muda de roupa, agora já para o frio da noite que se aproximava. Alimentar bem, e fiquei quase novo.
Estasen

Despedimo-nos com um "agora o próximo encontro é na meta". Saí cheio de força, o corpo e a cabeça estavam muito bem, confortavelmente fui passando os restantes PAC, fiz mais uma paragem para colocar o frontal e já só pensava na chegada. Faltavam duas subidas, uma delas mais técnica sempre a cruzar com um riacho que descia a montanha. Acabei a última subida e sabia que seria descer até Bagá, no último PAC e mais um controlo de material, perguntei como eram os últimos 12km, e foi dito a um grupo de atletas que era estradão sempre a descer. Era de facto a descer, agora o estradão era muito íngreme e de muita pedra solta. Nessa altura tinha 1 objectivo, fazer menos de 17h e chegar antes da meia-noite, mas nesta fase os quadríceps e joelhos já estavam a queixar-se, e foi uma parte dura até chegar ao alcatrão, aí foi rolar sempre a 4.45/5 min/km e já se ouvia o barulho da chegada. Os últimos 2km foram fantásticos, apoio de todas as pessoas, os carros iam ao nosso lado a incentivar, as pessoas todas à porta de casa a puxar por nós e finalmente entro nos últimos 200 metros em que a emoção e a felicidade tomaram conta de mim. O ambiente era arrepiante e só me lembro de cruzar a meta, consegui!!! Minutos antes tinha ligado à Cláudia a dizer que estava a chegar, para saber onde se encontrava, pois queria passar a meta com o David às cavalitas. Infelizmente ele já dormia, e com o frio que estava seria uma maldade acordá-lo para esse fim. Cortada a meta foi-me dito que estava no lugar 150º e em 33º no escalão. Que grande surpresa!
Chegada, Bagá
 
Tinha corrido muito bem, tinha conseguido fazer menos de 17h, e chegar antes da meia-noite. Estava muito satisfeito com a prestação. Comi qualquer coisa na zona de chegada, e fui ter com a Cláudia. Já só queria um abraço e um bom banho. De regresso a Berga a Cláudia contou-me de todo o apoio que foi recebendo durante a prova da família e amigos, com a informação via FB que tinha terminado comecei logo a receber chamadas, fiquei ainda mais satisfeito ao saber que tanta gente seguiu via Facebook a prova.
Depois de um bom banho e de uma refeição quentinha, foi uma noite de sono bem passada.
No dia seguinte acordei com umas "ligeiras" dores nas pernas, mal me conseguia mexer, mas tinha o prometido "prémio de jogo", um circuito de águas e uma massagem no SPA do Berga Resort, e que bem que soube, saí de lá quase novo, o que me permitiu durante a tarde passear e saborear esta vitória pessoal.
Os dias seguintes, foram para umas curtas férias naquela zona, e por França. Por esse motivo, e também porque fisicamente não estaria nas melhores condições não consegui estar presente no GTSA, prova que quero fazer há já 2 anos. À terceira será de vez!
Dune du Pyla - Bordéus
O meu muito obrigado a todos, especialmente à Cláudia e ao David que me acompanharam e deram uma força enorme, à minha família mais próxima, ao Paulo Pires pela evolução que conseguiu que eu atingisse, inacreditável, aos amigos que deixaram muitas mensagens a dar muita força e à minha equipa Desnível Positivo porque graças às pessoas que fui conhecendo nós últimos 6 meses, alem de me terem proporcionado evoluir fiquei com outras ideias e maneiras diferentes de ver o Trail Running. A Desnível Positivo, é uma família de grandes amigos e enormes atletas.
Agora já só penso em 2014 e nas possíveis provas, muitas hipóteses em cima da mesa, desde Grancanaria, MIUT, Zegama, Ehunmilak, Transvulcania, Maratona do Monte branco e Km Vertical, Grand Raid des Pirenéus e o principal objectivo, UTMB, sabendo que algumas destas provas estou sujeito a sorteio, mas vou a jogo.....e este ano ainda tenho UTAX para fazer e trazer os 3 pontos que me faltam para fazer os 7 para UTMB.

Ultra Trail Serra da Freita

29 de Junho de 2013
70km - Com 4000 metros de desnível positivo

Os Km continuavam a subir de prova para prova, agora iria para os 70km, eram cerca das 5.30h quando sai da casa, a viagem era curta até ao Merujal, na véspera quando fui levantar os dorsais o calor era muito e já eram 19h, sabíamos que iria ser uma prova debaixo de forte calor, e se foi.

Na chegada ao Merujal já se vivia o ambiente de uma grande prova, dirigi-me para a zona da partida onde estariam os meus colegas de equipa da Desnível Positivo, lá foram chegando uns atrás dos outros, fizemos a foto de família e preparávamos-nos para a partida, ainda tinha dúvidas se levar frontal ou não, ainda era noite apesar de o dia dar sinais de começar a nascer, preferi não levar para depois não ter de parar para o pôr na mochila, pormenores!!!!! 

Conforme tinha sido dito pelo "Mister" Paulo Pires tinha que aproveitar o fresco da manhã para andar mais forte e depois conforme o calor fosse apertando gerir da melhor maneira, hidratar muito bem, ir sempre prevenido com muita agua e com Fast Hidration e tentar passar as zonas mais complicadas sempre com companhia, mas novamente como na Geira o ritmo marcado era para ser calmo, o objectivo era meter km e ganhar experiência para Cavalls del Vent, a preparação não podia ser interrompida por uma lesão e depois do que vi não era difícil de ter acontecido!

Partimos e juntei-me ao meu colega de equipa da D+ o Luis Alves logo nos primeiros kms, fomos a andar bem até ao rio, aí o ritmo quebrou, foram muitos km dentro e fora de água, zonas onde foi quase preciso fazer escalada, mas lá fomos andando e passando os PA, entramos na zona mais quente do dia, penso que a temperatura andou muitas vezes acima dos 35º, vim a saber que muita gente estava a desistir por desidratação, tive sempre muito cuidado a manter-me sempre hidratado, e quando passávamos em zonas de rio lá nos refrescávamos, e só apetecia era ficar de molho naquela água fresquinha.
PA atrás de PA lá fomos andando, passamos zonas de extrema beleza como por exemplo a aldeia de Drave, além de paisagens fenomenais, algumas a fazer lembrar os Pirenéus. Tinha previsto encontrar-me com a Cláudia no PA dos 60km na Lomba, mas entre o km 50 e o 60 o Luís ficou de "molho" num dos muitos riachos que passamos com outro colega da D+, eu como sabia que tinha a Cláudia e o David no PA seguinte segui sozinho e esperava por ele no posto e estava mais tempo com a família, quase ao chegar a cerca de 1 km recebo uma mensagem da Claudia a dizer que tinha voltado para o Merujal porque não encontrava a estrada para a Lomba e o GPS também não reconhecia, que má notícia, mas como a seguir só seriam mais 10km resolvi então não perder muito tempo naquele posto e seguir para a meta e assim fiz, como uma sopa e uma bifana, e siga, como tinha gerido bem a prova e sentia-me muito bem foi sempre a bom ritmo, acabei por descer e subir a Mizarela sem grande dificuldade e acabei por chegar ainda com reservas de força, sabendo que tinha a família á espera na chegada também ajudou, a 500 metros da meta vi a Cláudia e o David, que alegria, tinha terminado a prova com mais km da minha curta carreira no trail e tinha-os ali, peguei no David ás cavalitas e lá cruzamos a meta os 3, estava feito mais uma ultra, esta bem mais longa, no final tinha o pessoal da D+ á espera  e foi quando vim a saber que tinha havido problemas com alguns colegas mas felizmente nada de grave. Eu também tinha chegado sem mazelas que era um dos objectivos e com 14h15m de prova.

Agora a próxima sim, Cavalls del Vent era o objectivo do ano, e seria preciso andar bem e fazer os 100km o mais rápido possível.











Ultra Trail Geira Romana

19 de Maio de 2013
52,5km - Com 2000 metros desnível positivo e 4500 metros desnível acumulado


Já foi como atleta da Desnível Positivo há 2 meses e também da Armada Portuguesa do Trail (APT) há 2 semanas que me dirigi para o Gerês e para a Vila de Caldelas, desta vez foi em família, estava um dia de fortes aguaceiros e tempo frio, quando chegamos fomos directos para a estalagem onde íamos ficar instalados, estávamos a 100 metros da zona onde iria apanhar o autocarro para a partida e onde seria a chegada.
Depois de levantar o dorsal e de um bom jantar, falei com o Paulo Pires (APT) que me deu algumas dicas, afinal era só a minha 2ª ultra, gerir da melhor maneira a prova, também que material levar, e as previsões meteo, iria apanhar muito frio mas não chuva, e a ideia era treinar sem exageros, o objectivo principal da época estava longe em Setembro em Bagá, e assim foi, de seguida foi preparar as coisas e descansar, a alvorada foi cerca das 5h, estava um frio de gelar, apanhei o autocarro juntamente com o Albino Magalhães, já estava combinado, fomos a viagem cerca de 1.30h na conversa, eu a ouvir histórias interessantes, o Albino tinha acabado de ganhar de maneira categórica os 101 Peregrinos, fiquei a saber as peripécias daquela prova e a viagem passou rapidamente, chegamos a Lobios onde seria dada a partida, estavam cerca de 0° e a única maneira de aquecer era estarmos juntos ao vapor que saia do Rio Caldo, com as famosas piscinas de água quente quase a 40° e que bem me apetecia ir lá para dentro como estavam alguns turistas!












Perto das 8h chegou "Júlio César" vestido a rigor para depois de um discurso "histórico" dar a partida, a parte inicial subia ligeiramente durante alguns km e depois seria praticamente num falso plano, ou seja sem grandes subidas e descidas, era uma prova muito rolante, e assim foi passamos em zonas do Gerês de uma beleza incrível, trilhos e aldeias muito agradáveis, vistas fantásticas, como por exemplo a zona da Portela do Homem, o Museu da Geira onde tinha um PA, até chegarmos ao rio a parte mais complicada para mim de toda a prova, além de fresca, muitas pedras soltas e escorregadias faziam a progressão ser lenta, não apetecia nada cair naquela agua gelada, quando saímos do rio estávamos na meta novamente em Caldelas cerca de 5.45h depois, sinceramente uma prova bem organizada, muito bonita, mas é mais uma corrida de montanha que uma prova de trail, o que a mim não me agrada muito, gosto mais do sobe e desce acentuado e constante do que longas zonas rolantes, a prova custou-me muito, passei fases de grande sofrimento mas lá cheguei ao fim, e bastante cansado.


A parte final dentro do rio até chegar praticamente á meta é uma ideia bastante original e divertida, e foi nessa altura que vi o meu filho com cara de espanto a pensar para ele, o que faz o meu pai lá em baixo dentro água no meio do rio com este frio!!!!!
Mas estava terminada mais uma ultra e mais uma medalha de finisher!


A próxima aproximava-se e metia mais respeito, os 70km da Serra da Freita.







quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Ultra trilho dos Abutres

26 de Janeiro de 2013
47km e 2500 metros de desnível positivo

Eram 4h da manhã e estava a sair de casa com destino a Miranda do Corvo. Ia sozinho, desta vez a família ficava em casa ao contrário do que acontecia nas maratonas de estrada que aproveitávamos sempre para uns dias de férias. Aproximava-se a hora da partida para o Ultra Trilho dos Abutres, tinha estado as 3 últimas semanas (tanto tempo) a preparar a minha 1º ultra. Praticamente sempre à beira-mar, com poucas subidas, mas com alguns treinos na areia e ginásio para dar mais alguma força! Ainda estava muito verde nestas andanças do Trail....

Cheguei a Miranda ainda de noite. Já havia muita gente a chegar ao pavilhão, para levantar dorsais, e a preparar o equipamento para a prova. Já se sentia no ar um certo nervoso miudinho, também de expectativa, eu não sabia bem ao que ia, na zona de levantamento dos dorsais éramos avisados que o percurso tinha sido alterado para 47km, mais 2km de que os 45km anunciados, porque a semana anterior tinha sido de muita chuva, vento, tornados, enfim....do pior! Esperava já mais dificuldades no terreno e que dificuldades como vim a constatar.
Depois de levantar o dorsal voltei ao carro para me equipar e preparar o material, de seguida entrei para o controle 0 do material obrigatório e depois no "parque fechado"! Tudo normal, agora era só esperar a partida.

Às 8h era dada a saída para a prova. Estava um bonito dia de sol de Janeiro, a parte inicial foi dentro de Miranda e na zona do Zoo, local muito agradável que mais tarde tive o prazer de visitar calmamente. Fiz os primeiros kms ao ritmo de uma prova de estrada, não tinha experiência nenhuma de Trail, apenas a experiência que trazia das maratonas de estrada, (o que de nada me serviu, como vim a confirmar). Com 10km de prova, já sentia grande desgaste, muita água e lama, terreno pesado não estavam a ajudar nada,e comecei a perceber, que ia ser uma jornada muito difícil de terminar. Aos 20km comecei a sentir os primeiros sintomas de câimbras, e foi com alguma dificuldade que cheguei ao posto de abastecimento (PA) que estava logo ali, para minha sorte. O posto estava bem "apetrechado", e uma sopinha quente fez toda a diferença. A má hidratação, e alimentação, bem como também deficiência ao nível do treino estavam a ditar estas dificuldades! Só tinha levado 3 géis, como fazia para uma maratona de estrada :). 
Saí do posto de abastecimento bem alimentado e tentei hidratar o melhor possível, tive de baixar o ritmo, e gerir para chegar ao próximo posto. Pensava que, com câimbras tão cedo, iria ser um calvário chegar ao fim. Até ao seguinte PA continuou a dureza. O terreno era muito técnico, havia muita lama, e muitíssima água, já nem falo das subidas e descidas constantes!


Os riachos estavam todos com caudal máximo, era preciso andar dentro de água até à cintura algumas vezes. Foi muito difícil e desgastante! Mas lá cheguei ao PA seguinte, e novamente as câimbras deram sinal. Na chegada, uma série de escadas acentuaram estas câimbras, mas um gel e muita água além de um bom abastecimento, (acho que comi quase de tudo) foram suficientes para que me sentisse ligeiramente melhor. Lá continuei! Faltavam 17km, mas só 10km seriam de dificuldade. Nessa altura, tinha um grande objectivo, chegar ao ultimo PA, mas continuava mais do mesmo, desta vez as câimbras não apareceram, mas o desgaste já era muito, quer físico quer psicológico. Pensava em desistir frequentemente, aos 37km senti  necessidade de falar com a Cláudia, durante a curta conversa ouvi o David e ai sim ganhei mais forças para terminar a prova o mais breve possível, essa chamada que bem me fez! Senti-me bem melhor, e lá consegui chegar ao posto. A partir daqui, criei um novo objectivo: chegar ao fim ainda de dia! Sabia que, daqui até ao final, a dificuldade era pouca, e os últimos km seriam dentro de Miranda novamente. Quando cheguei à "civilização", a bom ritmo tive a certeza que terminaria a minha 1º ultra.
Assim foi, apesar de a poucos metros da meta termos de fazer uma "subida" que não passava de uma rampa de cerca de 30 metros mas com inclinação acentuada que me levou a dizer alguns palavrões, pensando em quem se lembrou de colocar aquela dificuldade ali.

9h depois, entro novamente no pavilhão, mas com uma satisfação enorme. Tinha terminado a minha 1º ultra de montanha e com as condições do terreno que estavam que tornaram a progressão muito difícil e desgastante além dos 2500 de D+!

Depois de receber a lembrança de finisher, segui para o banho de água fria, (para não variar com o que foi quase toda a prova), roupa seca e siga para junto da família para contar a aventura.


Agora havia que planear a próxima, que viria a ser a Geira Romana!










terça-feira, 26 de novembro de 2013

Breve resumo da minha vida desportiva

Criei este blogue para contar as histórias das minhas "ultras" aventuras na montanha.

Foram 29 anos dedicados ao Andebol, onde passei por vários clubes (CDP, F. C. Porto, Boavista, Fafe, Salgueiros, Maia, Fermentões e Modicus), onde fiz grandes amizades, aprendi muito e essa vivência ajudou-me na minha formação desportiva e profissional.

CDP
Maia A.C. e FC Porto
















No verão de 2010 dei por terminada a minha carreira de andebol, uma decisão sempre difícil mas que foi bem ponderada e coincidiu com o nascimento do meu filho. A partir daí tinha que arranjar uma ocupação desportiva para aquelas horas que estava habituado a treinar diariamente durante tantos anos. Na última época andebolística iniciei-me com alguns colegas de equipa a fazer umas provas de 10km, e comecei a ganhar o bichinho. Apesar de durante a semana não correr, a não ser no pavilhão durante os treinos,  depois de ter feito a São Silvestre do Porto o bicho ficou definitivamente. Nessa altura nem sabia que existia o trail, fiz mais umas provas de 10km e no verão de 2010 decidi que iria fazer uma meia maratona, na altura era uma grande aventura. Fiz a inscrição na meia maratona do Porto, a prova correu lindamente, senti-me sempre bem, desfrutei da prova o que me levou 1 semana depois a inscrever-me na Maratona do Porto. Chamaram-me maluco, doido e tantos coisa mais, mas o objectivo estava traçado e era para o cumprir!
Maratona do Porto - 2010



Em Novembro lá me dirigi para o Palácio de Cristal local de partida da maratona, ambiente fantástico e nervosismo à flor da pele, 4:15h depois estava no parque da cidade com o objectivo cumprido. Para quem não corria mais de 15 a 20 minutos enquanto jogador de andebol estava cumprido um grande objectivo e sonho. Completar uma maratona! Depois não mais parei, seguiram-se as maratonas de Madrid (3.45h); Frankfurt (3.35h); Paris (3.38h); Amesterdão (3.45h); e Barcelona (3.33h).


No verão de 2012 tive a primeira experiência na minha actual "Paixão" o trail, foi na Serra da Freita na prova de 17km. Adorei! Apesar de ser a primeira experiência foi fantástica. Desfrutei muito mais do que em qualquer maratona que tinha feito. Voltei a repetir a experiência em Sta. Justa e mais tarde na Serra D'agra (GTSA) nas provas mais curtas, e depois desta prova que foi de uma beleza incrível definitivamente tive a certeza que era a este desporto que me iria dedicar futuramente.

Em Janeiro de 2013 estava em Miranda do Corvo para fazer a 1º Ultra, os Abutres (47km) seguiu-se a Geira Romana (55km), Serra da Freita (70km), Cavalls del Vent (100km), UTAX (88km) e Amigos da Montanha (61km). 

Sendo cada competição uma experiência única, e tendo adorado a troca de experiências entre os amantes do trail, decidi começar a fazer crónicas individuais, para retribuir a todos um pouco do prazer que esta actividade também me dá!

Publico algumas fotos que fazem parte da minha vida desportiva!


Bem-vindos ao meu blog :)


Paris




Porto
Madrid




Amesterdão
Barcelona
Frankfurt



Andebol de Praia


Salgueiros


Modicus











Selecção AAP

Fermentões




Salgueiros